
O MITO DA FUNDAÇÃO: O GÊNESE GLORIOSO DO GRÊMIO ESPORTE CLUBE
No crepúsculo dourado da década de 50, onde a vida pulsava simples e profunda, aninhada no sereno Bairro de São Sebastião, no Distrito de Rio Bananal, a comunidade não existia sem seus quatro pilares de civilidade: o altar da fé, o balcão do sustento, o refúgio do convívio e o santuário da paixão: o campo de futebol.
Ali, sob o estandarte do nascente América Esporte Clube, forjou-se um time cujas cores eram o próprio sangue daquelas famílias patriarcais. Os Grassi, os Tosatto, os Pella, os Casagrande, os Manhago, os Santana — sobrenomes que eram pilares de uma só alma coletiva, unidos pelo sagrado juramento da bola.
Mas a glória, como a tragédia, habita os corações dos homens. Um sopro de desavença, um pequeno cisma na teia de laços familiares, dividiu a coesão. Do berço original, irromperam duas forças rivais: o América manteve sua identidade e seu lar, um solo sagrado doado pela estirpe Grassi, à beira do caminho que conduzia à cidade de Linhares. Em oposição, e com a urgência de um novo destino, os dissidentes ergueram o Rio Branco Esporte Clube. Seu novo templo, presenteado pela Família Pella, repousava majestoso próximo às águas murmurantes do Rio Bananal.
Porém, a deusa da competitividade, com sua visão de longo alcance, sussurrou a verdade. À medida que os anos se esvaíam na névoa do tempo, no alvorecer da década de 60, os rivais reconheceram que o destino maior de São Sebastião residia na união. O triunfo exigia a fusão dos dois corações.
O caminho, contudo, era pavimentado por orgulho: os corações do Rio Branco recusavam a bandeira do América, e os guerreiros do América não se renderiam ao nome do rival.
Eis que, em um momento de pura inspiração, no dia solene de 10 de junho de 1961, a providência manifestou-se na figura de um visionário, um homem cujo apelido evocava velocidade e inovação: Motorzinho. Ele propôs o pacto final, um batismo que apagaria a antiga rivalidade e acenderia uma nova flama.
Nascia assim, naquela data memorável, uma nova potência. O novo time erguer-se-ia sobre as fundações do antigo América, em um campo que seria eternamente conhecido como Estádio Vergílio Grassi, em justa e imortal homenagem ao nobre doador da terra. E o nome, a síntese de toda a história e toda a esperança, seria aquele que ressoa até hoje como um grito de guerra:
GRÊMIO ESPORTE CLUBE!
Desde então, uma linhagem de líderes de alma indomável tem guiado o clube através das décadas, de Vergílio Grassi a Joaquim Calmon, passando pela paixão de Alfredo Santana Amendes Scarton, a força de Didi Cabeção, a dedicação de Vilson Teixeira, a visão de Diego Ozório do Nascimento, tenacidade de Sávio Santana, o profissionalismo de José maria e a disciplina de Carlos Santos. E com eles, uma incontável legião de colaboradores, heróis anônimos cuja dedicação transcende o registro e cujo nome está eternamente gravado no espírito imortal do clube.
Assim, o Grêmio não é apenas um time; é a epopeia de uma comunidade que escolheu a união sobre a discórdia, transformando o dissenso em um legado perene de paixão e glória.
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Clodoaldo Tosatto Custodio
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